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2.14 – O Terrível Terremoto de 1976

No fatídico 4 de fevereiro do ano de 1976 a "Mãe Terra" se fez sentir em toda Guatemala. Um terremoto de 7.6° na escala Richter sacudiu o país – durou 49 segundos –, causando a morte de aproximadamente 25 mil pessoas, um milhão de desabrigados, além de desaparecidos e milhares de feridos.
A tragédia produziu muita destruição e perda de bens materiais, sobretudo no Altiplano. O Estado do Quiché, entre outros Estados e regiões de pobreza extrema quedaram arrasados, convertidos em escombros145. Segundo dados oficiais, os lugares menos afetados ficavam onde vivia um reduzido número de famílias ricas.
Esta realidade evidenciou as mentiras que o governo de Laugerud mostrava ao mundo, ao afirmar que a Guatemala vivia um tempo de prosperidade e desenvolvimento comum a qualquer parte do globo. Ele se viu obrigado a impulsionar rapidamente um Plano de Emergência Nacional solicitando apoio externo.
As igrejas, de diferentes movimentos de religiosos e religiosas, grupos de leigos, como também das distintas organizações não-governamentais (ONGs), intensificou um rápido trabalho de ajuda humanitária, respondendo ao clamor das famílias atingidas pelo terremoto. O terremoto, motivou as pessoas e por todos os meios em ajudar e servir o povo mais afetado, mas havia divergências. Por exemplo: para alguns colaborar com as vitimas, suas atitudes "eram classificadas como atos de caridade; para outros, um ato humanitário; ainda para outra parte minoritária, uma maneira de expressar sua solidariedade com os afetados, em sua maioria os mais pobres".
Nesse contexto de sofrimento, fome e desespero, surge o Comitê Cristão (CC), de homens e mulheres comprometidos pela fé no Deus da vida e libertação. Passaram a propor a análise e reflexão teológica a partir da tragédia provocada pela natureza, inspirados pela Palavra de Deus, na Doutrina Social da Igreja, no apoio de diferentes ciências sociais e iluminados pelos ensinamentos de Medellín.
Tal movimento começa a falar com mais precisão sobre o compromisso da Igreja, a opção preferencial pelos pobres, fé e política, anúncio e denúncia dos problemas sociais, paz e justiça, entre outros temas. Assim, então, bispos, sacerdotes, religiosos, religiosas e grupos de leigos, unidos aos diversos setores civis e populares percebiam agora com mais lucidez a opressão e a injustiça que por anos lhes tinham sido impostas.

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