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2.22 – Governos Democráticos

Com a instauração de "governos democráticos" na década de 1990 se percebe que é possível o diálogo e negociação entre os governantes, o Exército e a URNG para iniciar um processo de negociação da assinatura dos acordos de paz, desmilitarização e redução das Forças Armadas da Guatemala.

Em março de 1990, delegados da URNG e da Comissão Nacional de Reconciliação (CNR) se reúnem em Oslo (Noruega) e decidem iniciar um processo de diálogo e negociação para encontrar caminhos de soluções políticas e pacíficas à problemática nacional. Estas reuniões, que se implementaram mais e mais, originaram uma série de preocupações e ações de repressão do Exército à sociedade, como era costume fazê-lo quando seus interesses eram ameaçados.



Quando foi criada a CNR em 1987, o presidente democrata cristão Vinicio Cerezo solicitou à CEG a designação de dois delegados para representar à Igreja. Assim foram nomeados os bispos D. Quezada Toruño e D. Gerardi, outros membros da comissão escolheram o bispo Quezada como presidente da instância, tarefa nada fácil.


Além deste intento de negociação política, os movimentos da sociedade civil foram ganhando espaços nas decisões políticas, tomando forças e pressionando por um governo democrático por meio de manifestações populistas, contando com o apoio de forças internacionais solidárias. Acontecia em todo o país protestos sindicais dos trabalhadores, de universitários, de movimentos indígenas e camponeses que lutavam pelo direito à posse da terra e a seus direitos, além da pressão de setores econômicos empresariais, entre outros.


Não cabe dúvida que no meio deste clima agitado por uma Guatemala livre e democrática persistiam a incredulidade, a ações violentas nas comunidades indígenas, a impunidade e a indiferença e falta de vontade tanto dos seguimentos políticos quanto civis.


Naqueles tempos, estavam em moda os discursos políticos demagógicos sobre a defesa dos direitos humanos, o fim da guerra, combate à impunidade, promoção da paz, entre outros. Poderia perceber-se com o governo de Serrano Elías, e com o seguinte, o de Ramiro de León Carpio. Na verdade o que estava por trás da busca pela paz era uma interminável luta de poderes e de interesses econômicos e políticos, tanto do setor empresarial interno como do financeiro internacional, do militar, da guerrilha e também, parte do setor civil.

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