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6.6 - Povos maias



Estima-se que no início do século XXI esta região é habitada por 6 milhões de maias.

Alguns encontram-se bastante integrados nas culturas modernas dos países em que residem, outros continuam a seguir um modo de vida mais tradicional e culturalmente distincto, muitas vezes falando uma das línguas maias como primeiro idioma.
As maiores populações de maias contemporâneos encontram-se nos estados mexicanos de Yucatán, Campeche, Quintana Roo e Chiapas, e nos países da América Central Belize, Guatemala, e nas regiões ocidentais de Honduras e El Salvador.
Na Guatemala, as maiores e mais conservadoras populações maias encontram-se nas terras altas do ocidente do país. Na Guatemala, o padrão colonial espanhol de manter a população indígena legalmente separada e subserviente continuou até bastante tarde no século XX. Um dos resultados desta situação foi a manutenção de muitos costumes tradicionais.
Continua a existir uma identificação considerável com afinidades locais e linguísticas, muitas vezes correspondentes a estados-nação pré-colombianos, e muitos continuam a envergar trajes tradicionais que mostram a sua identidade local específica. Entre os povos maias das terras altas da Guatemala contam-se os quiché, mam, pocomam, caqchiquel, ixil, queqchi, tsutuil e jacaltecas. A região sudeste da Guatemala (na fronteira com as Honduras) é habitada por outros grupos como os chorti.

6.6.1 - Quichés

Os quichés (ou K'iche' quiché), são um povo ameríndio, um dos grupos étnicos maias.
A sua língua indígena, a língua quiché, é uma língua mesoamericana da família das línguas maias. Os estado quichés das terras altas na era pré-colombiana estão associados à antiga civilização maia. O significado da palavra "k'iche'" é "muitas árvores". A palavra pode ser partida em duas partes, "k'i", significando "muitos" e "che'", significando "árvore". A tradução nauatle é Cuauhtemallan, que deu origem ao nome Guatemala. Provavelmente a pessoa de etnia quiché mais bem conhecida é Rigoberta Menchú, laureada com o Prémio Nobel da Paz em 1992.
O povo quiché vive sobretudo nas terras altas da Guatemala. A maioria fala a língua quiché, apesar de muitos terem pelo menos um conhecimento básico do espanhol, excepto em algumas aldeias isoladas. O departamento guatemalteco de El Quiché tem o nome deste povo. Actualmente este departamento é a terra dos quichés, apesar de em tempos anteriores terem ocupado uma área mais alargada das terras altas guatemaltecas.
Em tempos pré-colombianos, o Reino Quiché de Gumarcaj foi um dos mais poderosos estados da região. K'iche' foi um estado independente que existiu após o declínio da civilização maia com o colpaso do clássico. As esplendorosas cidades como Q'umarkaj (Utatlán), a capital dos quichés, foram descritas pelos conquistadores espanhóis. Tinham fronteiras com os caqchiqueis. Os quichés foram conquistados por Pedro de Alvarado em 1524. O seu último rei, Tecún Umán, morto por Alvarado, permanece um herói popular e uma figura lendária. Umán morreu combatendo o exército de Alvarado no vale de Xelaju (Quetzaltenango), onde perderam a vida talvez 10 000 quichés. Após a batalha, os quichés renderam-se e convidaram Alvarado para a sua capital, Q'umarkaj, porém Alvarado desconfiou de uma emboscada e mandou queimar a cidade. As suas ruínas podem ainda hoje ser vistas, próximo de Santa Cruz del Quiché.


Um dos mais importantes documentos literários da Mesoamérica que chegou até aos nossos dias, além de principal fonte informações sobre as tradições sociais, crenças e mitologia maia, foi produzido pelos quichés do século XVI. Este documento, conhecido como Popol Wuj (Pop wuj em quiché - "o livro dos acontecimentos") e originalmente escrito cerca de 1550, contém uma compilação de narrativas mitológicas e etno-históricas conhecidas por este povo naquela altura, com origem em fontes pré-colombianas (entretanto perdidas) e na tradição oral. Esta narrativa inclui um conto da sua versão do mito da criação, relatando como o mundo e os seres humanos foram criados pelos deuses, a história dos gémeos divinos, e a sua história desde a sua migração até à conquista espanhola.

6.6.2 - Mames
Os mames são um povo indígena das terras altas da Guatemala ocidental.
Nos tempos pré-colombianos os mames estavam incluídos na civilização maia, e a língua mam, ainda hoje a primeira língua de muitos mames, pertence à família das línguas maias. A capital pré-colombiana dos mames era Zaculeu. Muitos mames vivem na cidade moderna de Huehuetenango e arredores e a cidade de Quetzaltenango era originalmente mam. Muitos mais mames vivem em pequenos povoados nas montanhas, mantendo muitas das suas tradições.

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